📷: Polícia Civil
Uma investigação da Polícia Civil revelou um sofisticado esquema de fraude em exames toxicológicos para motoristas de caminhão, que atingiu os estados de Santa Catarina, São Paulo e Paraná. A operação, chamada de “Toxicoloko”, descobriu táticas elaboradas de falsificação, incluindo o uso de mechas de cabelo infantil em exames laboratoriais e moldes de digitais para fraudar presenças em aulas de autoescola.
Em setembro, a operação prendeu oito suspeitos e cumpriu mandados de busca e apreensão em cidades como Brusque e São João Batista, em Santa Catarina, além de locais no Paraná e em São Paulo. Durante as investigações, um dos suspeitos foi autuado em Brusque por porte ilegal de arma.
O esquema permitia que motoristas dependentes químicos burlassem o exame toxicológico, obrigatório para certas categorias de Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Para garantir resultados negativos nos exames, os suspeitos coletavam amostras de cabelo ou unhas de pessoas que não faziam uso de drogas, incluindo até mesmo cabelos de crianças, para fabricar laudos fraudulentos.
Além disso, uma das autoescolas envolvidas, chamada “Elitte” e localizada no interior de São Paulo, utilizava moldes de silicone das digitais dos alunos para falsificar a presença nas aulas obrigatórias, permitindo que motoristas que nunca compareciam aos cursos pudessem obter a CNH.
O esquema era organizado por Lucas Ferreira, que teria “herdado” a atividade criminosa do pai, falecido durante a pandemia. Ele foi preso no Paraná, assim como outros envolvidos. A investigação identificou mais de 40 motoristas que contrataram esses serviços ilegais.
Os departamentos de trânsito dos estados envolvidos declararam que, caso as fraudes sejam comprovadas, as CNHs serão canceladas, e as autoescolas enfrentarão processos administrativos.