Um juiz federal em Seattle, nos Estados Unidos, impôs o primeiro obstáculo às políticas anti-imigração do presidente recém-empossado, Donald Trump. Na quinta-feira, 23 de janeiro, a Justiça acatou um recurso apresentado por quatro Estados e suspendeu a ordem executiva do republicano que revogava o direito à cidadania automática para filhos de imigrantes.
A ordem executiva, assinada por Trump no dia de sua posse, na segunda-feira, 20 de janeiro, foi uma das mais controversas entre as 80 medidas anunciadas pelo presidente. Essa decisão buscava retirar a cidadania automática de crianças nascidas nos EUA de imigrantes ilegais ou de pessoas com visto temporário, como trabalhadores ou estudantes.
O juiz John C. Coughenour, da Corte Federal Distrital de Seattle, atendeu ao pedido das procuradorias dos Estados de Washington, Illinois, Oregon e Arizona, suspendendo a medida por considerá-la “uma ordem descaradamente inconstitucional”. Além desses Estados, outras 22 representações estaduais, ativistas e mulheres grávidas também entraram com processos judiciais contra a decisão, alegando que ela afetaria cerca de 150 mil bebês nascidos anualmente nos EUA. Sem a cidadania, essas crianças seriam classificadas como “indigentes”, o que também impactaria programas assistenciais financiados com recursos federais.
Até o momento, a Casa Branca não comentou a suspensão da medida. No entanto, a ordem faz parte de uma estratégia mais ampla do governo Trump para endurecer as políticas migratórias, que foi uma das principais bandeiras de sua campanha eleitoral de 2024.
A promessa de Trump inclui deportar “milhões de estrangeiros criminosos”, reforçando um discurso nacionalista que marcou sua retórica durante a corrida eleitoral. Apesar das críticas e dos desafios jurídicos, o republicano sinalizou que continuará perseguindo sua agenda de restrição à imigração.
Imagem: REUTERS/Rebecca Noble