
Uma simples compra em uma venda de garagem nos Estados Unidos pode ter levado à redescoberta de uma obra perdida de Vincent van Gogh, um dos pintores mais icônicos da história. A pintura, adquirida por apenas US$ 50, passou por anos de análise e agora especialistas apontam que ela pode valer pelo menos US$ 15 milhões.
Tudo começou quando um colecionador de antiguidades, intrigado pela técnica e textura da obra, decidiu comprá-la em uma venda de garagem em Minnesota. A peça retrata um pescador de bochechas avermelhadas, vestindo roupas simples e consertando uma rede de pesca, assinada com o nome “Elimar”.
Curioso sobre a origem da obra, o colecionador a revendeu para a LMI Group International, uma empresa especializada em pesquisa e autenticação de arte. Desde 2019, a pintura tem sido submetida a uma investigação rigorosa, culminando na recente divulgação de um relatório de 450 páginas que aponta sua autenticidade como uma possível obra original de Van Gogh.
Confirmar a autenticidade de uma obra de Van Gogh exige uma análise detalhada, combinando ciência, tecnologia e pesquisa histórica. Os especialistas que investigaram “Elimar” encontraram diversas pistas que reforçam sua ligação com o mestre holandês:
✅ Análise dos pigmentos – A tinta contém um tom de vermelho chamado PR-50, antes considerado inexistente no século XIX. No entanto, documentos históricos revelaram que o pigmento já estava patenteado desde 1883, período em que Van Gogh estava ativo.
✅ Vestígios biológicos – Um fio de cabelo incrustado na pintura passou por análise genética, revelando características compatíveis com pessoas de cabelos ruivos ou castanho-avermelhados, mesma tonalidade dos fios de Van Gogh.
✅ Referências literárias e artísticas – O nome “Elimar” aparece no romance “The Two Baronesses” (1848), de Hans Christian Andersen, um dos autores favoritos de Van Gogh. Além disso, a composição da pintura se assemelha a retratos de pescadores feitos pelo dinamarquês Michael Ancher, artista que influenciou o círculo de Van Gogh e Paul Gauguin.
✅ Análise da assinatura – Estudos caligráficos mostraram que certas letras na assinatura “Elimar” são idênticas às utilizadas por Van Gogh em outras obras.
Apesar das evidências, a aceitação da obra ainda enfrenta resistência no meio acadêmico. Em 2019, o Museu Van Gogh, em Amsterdã, analisou a pintura e concluiu que não se tratava de um trabalho autêntico do artista. No entanto, os especialistas apontam que essa avaliação foi feita antes das mais recentes descobertas científicas.
O historiador de arte Richard Polsky afirmou que a obra só será definitivamente reconhecida como um Van Gogh legítimo se os especialistas do museu reavaliarem os novos dados e emitirem um parecer atualizado.
Caso “Elimar” seja oficialmente aceita como uma obra autêntica, essa descoberta pode revolucionar o mercado de arte e a compreensão do legado de Van Gogh. O valor da pintura, atualmente estimado em US$ 15 milhões, pode disparar com a confirmação de sua autenticidade.
Se confirmada, esta será uma das mais importantes descobertas artísticas dos últimos anos, reacendendo o fascínio global por Van Gogh e suas enigmáticas criações.
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