
A investigação que apura um dos maiores golpes financeiros do país ganhou um novo capítulo neste sábado (6). José Oswaldo Dell’Agnolo, conhecido como “Lobo do Batel”, foi capturado em Itapema, no Litoral Norte de Santa Catarina. Foragido e procurado pela Interpol, ele é apontado como o principal articulador de um esquema que teria provocado um rombo estimado em R$ 1 bilhão, afetando pelo menos 800 investidores de Curitiba (PR).
Segundo a Polícia Civil, Dell’Agnolo atuava como o “rosto” do negócio, aparecendo em vídeos nas redes sociais para dar credibilidade às operações. O golpe, conforme apurado, girava em torno de duas empresas ligadas a ele: The Boss, responsável por captar clientes, e o suposto banco digital Futuree Bank, onde as aplicações eram feitas.
A estratégia atraía investidores com promessas de rendimentos fixos de 3% ao mês — valor muito acima da média do mercado e quase três vezes superior à Selic. Com a ilusão de retorno rápido, muitas vítimas aportaram quantias expressivas, algumas ultrapassando o milhão. Com o tempo, porém, surgiram relatos de bloqueio de acessos, dificuldade para visualizar o saldo e impossibilidade de saque.
A situação se agravou quando sócios e funcionários passaram a evitar os clientes, reduzindo atendimentos e restringindo o contato. Investigações também revelaram que integrantes do grupo já tinham histórico criminal, como o caso de um funcionário investigado pela PF na operação Fake Money, ligada à venda de créditos tributários falsos.
A operação Mors Futuri, da Polícia Federal, já bloqueou R$ 66 milhões em bens, incluindo imóveis e carros de luxo, enquanto as apurações continuam para mapear todo o alcance do suposto esquema fraudulento.
Imagem: Reprodução / PCSC
