
Uma operação da Polícia Militar expôs, nesta terça-feira (9), um esquema de exploração sexual e condições degradantes de trabalho em uma casa de prostituição instalada às margens da BR-101, em Içara, no Sul de Santa Catarina. Dois homens, apontados como responsáveis pelo local, foram detidos após denúncias de que mulheres eram submetidas a regras abusivas, cobranças ilegais e restrição de liberdade.
Segundo o 29º Batalhão de Polícia Militar, as jovens — em sua maioria de outros estados — eram atraídas por meio de redes sociais com a promessa de ganhos elevados. Ao chegarem ao estabelecimento, porém, se deparavam com normas rígidas que as mantinham presas a dívidas. Uma das exigências mais emblemáticas era a cobrança de uma multa de R$ 500 caso dormissem aos sábados, além da venda de produtos a preços inflados, que aumentavam ainda mais o endividamento.
Ao todo, 12 mulheres trabalhavam no local. Três delas procuraram ajuda e relataram condições que indicavam cerceamento de liberdade e exploração econômica. As outras nove permaneceram na casa, alegando estar ali por decisão própria. As denúncias, entretanto, reforçam que o controle psicológico e financeiro imposto pelos suspeitos impedia que muitas deixassem o ambiente.
O tenente Darlan Witkowski Cruz, comandante da 1ª Companhia do 29º BPM, explicou que a casa já era alvo de investigações anteriores por aliciamento e práticas semelhantes. “Elas eram atraídas com promessa de renda alta, mas ao chegar encontravam uma série de regras que geravam dívidas e as impediam de sair”, afirmou.
Durante a ação policial, foram recolhidos documentos e objetos que comprovam as condições precárias relatadas pelas vítimas, incluindo evidências das multas e do sistema de cobranças indevidas.
Os suspeitos, junto ao material apreendido, foram encaminhados à Polícia Federal, que dará continuidade às investigações. Ambos devem passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (10), quando poderá ser decidida a prisão preventiva.
Imagem: PMSC
