
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 8ª Delegacia de Polícia, desencadeou na manhã desta quinta-feira (4) a Operação The Rock, que desarticulou o braço brasileiro de uma organização internacional especializada em estelionatos virtuais. Durante a ação, foi preso preventivamente um homem de 32 anos, natural do Benim, na África, que vivia em Santa Catarina e atuava como operador financeiro do esquema no país.
As investigações, iniciadas em setembro de 2025, revelaram que a quadrilha mantinha uma estrutura transnacional e altamente organizada. A análise dos registros telemáticos apontou que os acessos às contas utilizadas nos golpes partiam de um país africano, comprovado pelos endereços IP. No Brasil, o investigado fazia a ponte entre os criminosos estrangeiros e as vítimas, administrando valores recebidos por meio de PIX, além de prestar suporte logístico e operacional.
O golpe era baseado em engenharia social sofisticada, utilizando perfis falsos que se passavam pelo ator norte-americano Dwayne Johnson, o “The Rock”. As vítimas eram levadas a acreditar que conversavam com o artista e, após um vínculo emocional ser criado, eram informadas de que teriam sido sorteadas para receber um fictício prêmio de 800 mil euros.
Para reforçar a farsa, os criminosos enviavam documentos manipulados, fotos de supostos pacotes lacrados, mensagens em inglês e até comprovantes de entregas internacionais. Em seguida, exigiam depósitos referentes a “taxas”, “seguros” e “liberação aduaneira”, sempre direcionados às contas controladas pelo operador no Brasil.
Entre os casos já confirmados, uma vítima de Brasília perdeu R$ 11,6 mil, enquanto outra, de Minas Gerais, teve prejuízo próximo a R$ 80 mil. A PCDF acredita que mais pessoas tenham sido lesadas, e a identificação seguirá após perícia nos aparelhos apreendidos.
A operação cumpriu dois mandados de busca e apreensão — em Florianópolis e Itajaí — além da prisão preventiva e do bloqueio de valores, com apoio da Polícia Civil de Santa Catarina. Telefones e dispositivos eletrônicos foram recolhidos para aprofundar a investigação sobre outros membros da quadrilha.
O suspeito responderá por estelionato eletrônico, crime que prevê pena de quatro a oito anos de reclusão, além de multa. Para a PCDF, a operação representa mais um passo na repressão a grupos internacionais que atuam com golpes digitais contra brasileiros.
Imagem: Redes Sociais /PCSC
