
As vendas do Brasil para a China registraram um salto expressivo em novembro de 2025, crescendo 41% em relação ao mesmo período do ano anterior e alcançando US$ 8,27 bilhões. Os dados, divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento (Secex/MDIC), mostram que o país asiático reforça sua posição como principal destino das exportações brasileiras, respondendo por quase 29% de tudo o que o Brasil vendeu ao exterior no mês.
Enquanto isso, os Estados Unidos seguiram em direção oposta. As exportações brasileiras para o mercado norte-americano despencaram 28,1%, somando apenas US$ 2,66 bilhões. A queda é atribuída à diminuição da demanda por produtos industriais e pelo impacto direto da sobretaxa de 50% imposta pelo governo Trump sobre diversos itens brasileiros, reduzindo a competitividade nacional naquele mercado.
O forte desempenho das exportações para a China foi impulsionado principalmente por produtos que tradicionalmente compõem a pauta comercial bilateral, como soja e demais grãos, carnes, minérios, combustíveis e semimanufaturados industriais. A demanda consistente do gigante asiático por essas commodities ajudou a sustentar o fluxo comercial, mesmo diante de instabilidades econômicas globais.
Por outro lado, o recuo nas vendas para os Estados Unidos reflete um ambiente menos favorável, marcado pela queda nos embarques de óleos combustíveis, minério de ferro e itens industriais. As tarifas aplicadas por Washington intensificaram esse cenário, afetando setores sensíveis a variações de preço e ampliando a retração.
Em discurso no Conselhão, o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, enfatizou que o governo trabalha para reverter medidas tarifárias e abrir novos mercados. Segundo ele, apesar das pressões norte-americanas, o Brasil caminha para um ano de recorde histórico nas exportações.
Com a disparada das vendas à China compensando parcialmente a queda nos EUA, novembro se tornou um mês decisivo para o desempenho anual da balança comercial brasileira — reforçando, mais uma vez, a crescente dependência do país em relação ao mercado asiático.
Imagem: Ricardo Stuckert / Getty Images
