
A reapresentação de Abel Braga ao comando técnico do Internacional, neste domingo (30), em Porto Alegre, acabou ofuscada por um episódio que gerou forte repercussão. Durante sua primeira entrevista coletiva após substituir Ramón Díaz, o treinador de 73 anos fez um comentário considerado homofóbico ao relembrar uma conversa informal no vestiário envolvendo camisas rosas.
Enquanto elogiava o empenho de membros da diretoria, Abel citou uma brincadeira que teria feito com D’Alessandro — ex-jogador e atual diretor esportivo — e usou uma expressão preconceituosa ao se referir à cor do uniforme de treino, desencadeando reações imediatas.
Mais tarde, ao ser questionado pela própria imprensa, o técnico tentou explicar que sua fala surgiu em tom de descontração, num momento em que buscava aliviar a tensão do elenco na reta final do Brasileirão. Ele afirmou que o objetivo era “relaxar o grupo” antes da sequência decisiva da competição.
O episódio ganhou ainda mais destaque após Abel publicar, em suas redes sociais, uma retratação. No texto, reconheceu a inadequação do comentário, pediu desculpas aos torcedores e reforçou que cores não têm relação com identidade ou caráter, defendendo que o clube precisa de união e foco.
Apesar da controvérsia, Abel chega com a missão de recuperar o ânimo dos jogadores e tentar livrar o Inter do rebaixamento. O time ocupa o 17º lugar, com 41 pontos, e depende de vitórias contra São Paulo e Bragantino para permanecer na Série A. Com contrato curto e atuando sem remuneração, o técnico já comandou seu primeiro treino e terá pouquíssimo tempo para reorganizar a equipe antes do próximo duelo.
Imagem: Ricardo Duarte /Reprodução
