
A Cacau Show, gigante das franquias de chocolates, é alvo de graves acusações: franqueados relatam um clima de “seita” e perseguição implacável a quem ousa questionar o CEO e fundador, Alexandre Tadeu da Costa. Grandiosos eventos motivacionais com discursos de sucesso contrastam drasticamente com a total ausência de espaço para discutir cláusulas contratuais ou políticas de preços da empresa.
A realidade de parte dos franqueados é sombria e distante da imagem de prosperidade promovida pela rede. Quem ousa questionar problemas, como cobranças ou aumentos abruptos de valor, diz ser retaliado com o envio de produtos perto do vencimento ou itens encalhados e de baixa saída, inviabilizando muitas vezes o funcionamento das lojas e forçando dolorosos fechamentos. A Cacau Show acumula processos judiciais por cobranças indevidas e falhas no fornecimento de produtos, expondo um padrão de punição que, segundo relatos, é institucionalizado.
Um processo que tramita em Brasília detalha a restrição de crédito – que obriga franqueados a comprarem produtos à vista – como uma tática de “revanchismo”. O juiz Julio Roberto dos Reis apontou tal política como “uso arbitrário das próprias razões”, visando inibir o legítimo direito constitucional de ação dos franqueados.
Insatisfeitos com a situação, franqueados criaram o perfil “Doce Amargura” nas redes sociais para compartilhar relatos e denunciar a situação. A responsável pela página foi surpreendida por uma visita do vice-presidente da Cacau Show, Túlio Freitas, em sua loja no interior de São Paulo. Freitas teria perguntado “o que era preciso” para que ela parasse, em uma clara tentativa de intimidação. A franqueada agora busca a rescisão judicial de seu contrato.
Em nota, a Cacau Show “não reconhece as alegações” apresentadas pelo perfil, afirmando ser “uma marca construída na confiança mútua, no respeito e na conexão genuína”. A empresa defende a transparência e o diálogo, explicando que as visitas de seu diretor comercial visam “fortalecer o relacionamento” com os franqueados, sem ligação com o perfil “Doce Amargura”. A nota finaliza reiterando que a empresa “não compactua com qualquer conduta que contrarie esses valores”.
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