
Na quinta-feira, 5 de dezembro, o soldado da Polícia Militar (PM) Luan Felipe Alves Pereira emocionou-se durante audiência de custódia realizada na sede do Tribunal de Justiça Militar (TJM), em São Paulo. O julgamento manteve a prisão preventiva do agente, acusado de arremessar o entregador Marcelo Barbosa Amaral, de 25 anos, de uma ponte no bairro Cidade Ademar, zona sul da capital, na madrugada de segunda-feira (2).
Sentado diante do juiz substituto Fabrício Alonso Martinez Della Paschoa, o soldado, usando o uniforme amarelo característico do Presídio Militar Romão Gomes, limpou as lágrimas com um lenço e, posteriormente, com a própria camiseta. A defesa de Luan alegou que ele tentava apenas “levantar a vítima do chão” durante a abordagem, mas essa argumentação foi rejeitada pelo magistrado.
Acusações e fundamentação da decisão
Na decisão, o juiz apontou “fortes indícios” de que o militar agiu com dolo ao causar lesão corporal grave, ao arremessar o entregador da ponte. Além disso, o soldado também é acusado de peculato, por uso indevido da função pública, e prevaricação, pela suposta omissão após o ocorrido.
O caso e a investigação
O episódio foi registrado em vídeo por testemunhas e rapidamente viralizou. Nas imagens, Luan aparece jogando Marcelo da ponte, mesmo após ele estar rendido. A vítima, um entregador de 25 anos, ainda não foi ouvida pelos investigadores.
O militar já havia prestado depoimento à Corregedoria da PM antes da audiência. Desde então, ele foi encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes, onde permanece à disposição da Justiça enquanto o caso segue sob investigação.
A ação policial gerou ampla repercussão e levantou debates sobre condutas abusivas, uso da força policial e a necessidade de maior controle e transparência em abordagens realizadas pelas forças de segurança.
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