
A Polícia Civil de Santa Catarina, com apoio da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, prendeu nesta segunda-feira (1º/12) um homem acusado de arquitetar um plano para incriminar a ex-companheira e até incitar o próprio filho a cometer um assassinato, com o objetivo de assumir a guarda da criança. A investigação também apontou que o suspeito praticou diversos crimes tanto contra a ex-mulher quanto contra o próprio filho.
O caso começou a ser apurado em junho de 2025, quando o homem procurou a polícia relatando que o filho teria acesso a armas, munições e drogas na casa da mãe. Ele apresentou ainda uma foto do menino segurando uma munição de fuzil — imagem que, inicialmente, serviu de base para a denúncia.
Contudo, a apuração tomou um rumo inesperado. Após buscas domiciliares, perícias e análise de celulares, os investigadores concluíram que o próprio pai havia fotografado o filho com a munição, que estava irregularmente em sua posse. Segundo os policiais, ele teria obrigado o menino a levar o artefato até a casa da mãe para incriminá-la, com a intenção de interferir na disputa judicial pela guarda.
As provas mostraram ainda que a foto apresentada na denúncia foi registrada no celular do investigado e dentro da residência dele, não na casa da ex-companheira, como havia declarado. A polícia aponta que o suspeito montou todo o cenário para provocar uma futura ação policial que recaísse indevidamente sobre a mãe da criança, manipulando o filho e fraudando a investigação.
Com base nos indícios reunidos, o delegado responsável indiciou o homem pelos crimes de denunciação caluniosa, perseguição, fraude processual, corrupção de menores, porte e posse ilegal de munição de uso restrito, entre outros previstos no Código Penal, no Estatuto da Criança e do Adolescente e na Lei Maria da Penha. A prisão preventiva foi solicitada e deferida.
O suspeito foi localizado e detido em Cruz Alta (RS) em uma operação conjunta entre a Delegacia de Gaspar, o NINT de Blumenau e a DRACO gaúcha. O delegado Filipe Martins destacou o trabalho integrado das equipes de investigação e psicologia, fundamentais tanto para esclarecer o caso quanto para garantir o cumprimento do mandado de prisão.
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