
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi detido na manhã deste sábado (22) após a Polícia Federal solicitar e cumprir um mandado de prisão preventiva autorizado pelo Supremo Tribunal Federal. A medida tem caráter cautelar e não está relacionada ao início da execução da pena imposta ao ex-mandatário pela tentativa de golpe de Estado.
Bolsonaro foi conduzido por volta das 6h para a Superintendência da PF, onde permanecerá em uma sala especial destinada a autoridades de alta patente. O comboio policial chegou ao local cerca de 35 minutos após a detenção.
Segundo apurações iniciais, a prisão foi decretada para preservar a ordem pública. A PF considerou que a vigília convocada na noite anterior pelo senador Flávio Bolsonaro, em frente à residência do pai, poderia gerar tumulto e colocar em risco tanto apoiadores quanto agentes de segurança.
A equipe jurídica do ex-presidente afirmou que, até 6h40, não havia sido oficialmente notificada da decisão.
Desde 4 de agosto, Bolsonaro já cumpria prisão domiciliar, após determinação do ministro Alexandre de Moraes, devido ao descumprimento de restrições anteriores. Na ocasião, o ministro apontou que o ex-presidente utilizou perfis de aliados — inclusive de seus filhos parlamentares — para disseminar mensagens incentivando ataques ao STF e defendendo interferência externa no Judiciário.
Em setembro, Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pela tentativa de golpe, sentença ainda em fase de recursos. Entretanto, a prisão deste sábado não se refere a essa condenação. Na sexta-feira (21), sua defesa solicitou a substituição do regime fechado por prisão domiciliar humanitária, alegando que o ex-presidente apresenta problemas de saúde graves e múltiplas comorbidades que poderiam colocar sua vida em risco caso fosse encaminhado ao sistema prisional comum.
Imagem:Pablo Porciuncula/AFP
