
Em um movimento que reacende o debate sobre a política imigratória dos Estados Unidos, o governo Trump confirmou, neste sábado (20), um significativo aumento na taxa do visto H-1B, destinado a trabalhadores estrangeiros altamente qualificados. O valor, que ultrapassa os R$ 500 mil (equivalente a US$ 100 mil), será cobrado como um pagamento único, aplicável exclusivamente a novos pedidos, conforme esclarecimento emitido pela Casa Branca.
Um porta-voz da administração, que preferiu manter o anonimato em declaração à agência France Presse, detalhou que “esta é uma tarifa singular que incide apenas sobre a petição inicial. Ela se aplica somente a novas concessões de visto, não abrangendo renovações ou detentores de permissões já existentes”. A clarificação veio após a ordem executiva da véspera ter gerado considerável incerteza entre os atuais beneficiários do programa.
O programa de vistos H-1B é uma via crucial para que profissionais de diversas áreas especializadas – como cientistas, engenheiros e programadores de informática – possam atuar legalmente em solo americano. Essas autorizações de trabalho possuem uma validade inicial de três anos, com a possibilidade de extensão por até seis anos, sempre sob o patrocínio de um empregador nos EUA.
A confusão inicial foi alimentada por declarações do secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, que, na sexta-feira, havia indicado que a taxa seria anual. A ambiguidade do texto da ordem executiva também contribuiu para a apreensão de muitos portadores de visto H-1B.
Esta nova diretriz representa a mais recente investida da administração Trump em sua agenda anti-imigração. Além da elevação da taxa – considerada uma das mais elevadas no processo imigratório dos EUA, segundo uma fonte da Casa Branca ouvida pela Reuters –, há planos para revisar os patamares salariais exigidos para o programa, visando a restringir ainda mais seu uso.
