
Uma ação coordenada da Polícia Civil nesta quinta-feira (23) levou à prisão de suspeitos envolvidos no que está sendo tratado como uma tentativa deliberada de envenenamento. O alvo foi um grupo de servidores do Pronto Atendimento Municipal de Santa Cecília, no Planalto Norte catarinense, que sofreram uma intoxicação coletiva grave.
A operação foi executada pela Delegacia de Santa Cecília, com o reforço tático da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Curitibanos. A ação visou endereços ligados aos investigados que teriam fornecido a bebida contaminada. A principal suspeita, segundo a polícia, foi detida temporariamente e está sendo interrogada.
Aparentemente o vetor da intoxicação foi uma garrafa de refrigerante de dois litros, deixada acessível aos funcionários. As investigações sugerem que este foi o veículo utilizado para administrar a substância que desencadeou o mal-estar generalizado, cuja composição exata ainda está sob análise da Polícia Científica.
Relembrando o Incidente
O episódio alarmante ocorreu na tarde de terça-feira (21). Nove profissionais da unidade de saúde, abrangendo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, uma farmacêutica e membros da equipe de serviços gerais, começaram a passar mal de forma abrupta e simultânea após a pausa para o café.
Os relatos médicos descrevem um quadro clínico severo: os servidores apresentaram vômitos incessantes, tontura aguda, sonolência extrema, distensão abdominal e até dificuldade na articulação da fala. Todos necessitaram de atendimento médico urgente e foram transferidos ao Hospital Dr. René Emílio Martinez Mujica, em Curitibanos.
Um dos técnicos de enfermagem, que também ocupa o cargo de vereador na cidade, apresentou as complicações mais graves, exigindo sua transferência para uma unidade hospitalar mais equipada em outra localidade.
Desde o ocorrido, a Polícia Civil e a Vigilância Sanitária estabeleceram uma força-tarefa. Amostras de todos os alimentos e bebidas disponíveis no local foram coletadas e encaminhadas para análise pericial, cujos laudos técnicos ainda são aguardados.
As autoridades revelaram que a principal hipótese para o crime é retaliação. A suspeita central é uma mulher, tia de um funcionário do próprio pronto atendimento.
Este funcionário havia sido recentemente afastado de suas funções após ser formalmente acusado de importunação sexual por outras servidoras da mesma unidade. O registro da ocorrência de assédio data de 8 de outubro, e seu afastamento ocorreu pouco depois.
A investigação aponta que a tia do funcionário afastado, possivelmente motivada por vingança, teria entregue o refrigerante já contaminado na unidade de saúde.
Até o momento, os nomes dos investigados são mantidos em sigilo para não prejudicar o andamento do inquérito.
Imagem: Ilustrativa
