
A ameaça de uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , para entrar em vigor em 1º de agosto, coloca em risco o futuro do setor citrícola brasileiro . Produtores de laranja, principalmente em Minas Gerais e São Paulo, já enfrentam quedas drásticas nos preços e começam a considerar a possibilidade de não colher as frutas , deixando-as apodrecer nas árvores por falta de mercado garantido.
Atualmente, os EUA são o destino de 42% do suco de laranja exportado pelo Brasil , um comércio que movimentou cerca de US$ 1,31 bilhão na última safra. Com as novas taxas, o custo do suco brasileiro no mercado norte-americano pode se tornar inviável, afetando diretamente produtores, indústrias e consumidores.
A CitrusBR , entidade que representa os exportadores de suco de laranja, alerta que a medida pode causar desabastecimento nos EUA , onde a produção local caiu ao menor nível em 50 anos por causa da doença “greening” e desastres climáticos. Hoje, 90% do suco consumido nos EUA é importado , sendo o Brasil responsável por metade desse volume — vendido por marcas como Tropicana, Minute Maid e Simply Orange .
Empresas como Coca-Cola e Pepsi , que juntas controlam cerca de 60% do mercado de suco nos EUA, também podem ser afetadas. A Johanna Foods , distribuidora de Nova Jersey, já entrou com uma ação judicial contra as tarifas, alegando danos financeiros diretos .
Para os produtores, a saída é encontrar novos mercados — mas, como disse o agricultor Ederson Kogler , “isso não acontece do dia para a noite” .
Imagem: Ilustrativa / Globo Rural