
Ministério da Saúde avalia imunização de idosos a partir de 80 anos e pessoas imunocomprometidas; população pode enviar sugestões até 6 de outubro.
O Ministério da Saúde abriu nesta quarta-feira (17) uma consulta pública para discutir a inclusão da vacina contra o herpes-zóster no Programa Nacional de Imunizações (PNI). A proposta prevê a aplicação do imunizante em idosos com 80 anos ou mais, além de pessoas imunocomprometidas a partir dos 18 anos.
A consulta ficará disponível até o dia 6 de outubro na plataforma Participa + Brasil. Até o momento, já foram registradas 75 contribuições. Qualquer cidadão pode participar preenchendo um formulário eletrônico, que permite o envio de até dois arquivos com sugestões ou documentos de apoio. Dados pessoais e informações sensíveis não devem ser encaminhados.
As manifestações serão avaliadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), responsável por decidir se a vacina será incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Os relatórios técnicos que embasam a análise já estão disponíveis para consulta pública.
A doença
Conhecido popularmente como cobreiro, o herpes-zóster é causado pela reativação do vírus da catapora (varicela-zóster). A enfermidade costuma atingir idosos e pessoas com baixa imunidade, provocando dor intensa, febre, manchas e bolhas na pele. Em casos graves, pode evoluir para neuralgia pós-herpética (NPH), uma dor crônica persistente após a cicatrização das lesões.
Entre 2008 e 2024, o SUS registrou mais de 85 mil atendimentos e 30 mil internações por herpes-zóster no Brasil. No mesmo período, 1.567 óbitos foram relacionados à doença, em sua maioria entre pessoas acima de 50 anos.
O tratamento atualmente disponível no SUS inclui antivirais, como o aciclovir, além de medicamentos para aliviar os sintomas e controlar a NPH.
A vacina em análise
A vacina em avaliação é do tipo recombinante adjuvada. Ela utiliza uma proteína do vírus varicela-zóster combinada a um adjuvante, que potencializa a resposta imunológica. A aplicação é feita em duas doses, com intervalo de dois meses entre elas.
Estudos indicam eficácia superior a 80% na prevenção do herpes-zóster e da neuralgia pós-herpética. Os eventos adversos mais comuns relatados foram dor no local da aplicação, cansaço, dor muscular, dor de cabeça e febre, em geral de intensidade leve a moderada.
O principal entrave, no entanto, é o custo: o investimento estimado seria de R$ 5,2 bilhões em cinco anos. Segundo a Conitec, apesar da segurança e eficácia comprovadas, os benefícios da vacina ainda não justificariam o impacto financeiro para o SUS.
Fonte: Agência Brasil – Foto: Ilustrativa
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