
Medicamentos somam R$ 400 mil em valor de mercado; um deles ainda não tem aprovação da Anvisa
Na noite de quarta-feira (4), agentes da Receita Federal apreenderam 90 canetas injetáveis com medicamentos para emagrecimento no Aeroporto Internacional de Salvador. Os produtos estavam escondidos e presos ao corpo de uma passageira brasileira de 31 anos, natural de Tauá, no Ceará.
Do total, 60 unidades eram do Synedica Retatrutide, substância que ainda está em fase de testes clínicos e não possui autorização da Anvisa para comercialização no Brasil. As outras 30 canetas apreendidas eram do medicamento Mounjaro, da farmacêutica Eli Lilly, recentemente aprovado pela agência sanitária e disponível nas farmácias brasileiras desde maio de 2025.
O Retatrutide, que combina três hormônios com ação direta no controle do apetite e na queima de gordura corporal, é visto como promissor no combate à obesidade, mas sua liberação comercial é prevista apenas para 2026. Já o Mounjaro, à base de tirzepatida, é considerado um concorrente direto do popular Ozempic (semaglutida).
A mulher chegou a Salvador em um voo da Air Europa, vindo de Madri (Espanha), com origem inicial em Bruxelas (Bélgica) e destino final a cidade de Fortaleza, no Ceará. A abordagem foi realizada com base em um trabalho conjunto da Receita Federal, utilizando troca de informações entre unidades em todo o país.
As canetas apreendidas foram avaliadas em R$ 400 mil no mercado brasileiro, embora a passageira tenha declarado ter pago R$ 50 mil pelos produtos.
A Receita Federal lavrou um Termo de Retenção e encaminhou tanto a passageira quanto os medicamentos para a custódia da Polícia Federal, por suspeita de prática criminosa relacionada ao transporte irregular e importação de substâncias não autorizadas.