
Com uma base de seguidores que ultrapassa os 12 milhões nas redes sociais, a influenciadora digital Ianka Cristini foi autorizada pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) a deixar o Complexo Prisional da Canhanduba, em Itajaí, na madrugada desta sexta-feira (17). A decisão foi assinada pelo desembargador plantonista Silvio Franci, permitindo que a influenciadora cumpra prisão domiciliar enquanto as investigações sobre seu suposto envolvimento em fraudes no “Jogo do Tigrinho” continuam.
Ianka havia sido detida na última terça-feira (14), junto com o marido, o também influenciador Bruno Martins, e uma assessora. O grupo é acusado de operar um esquema de captação de novos apostadores através de simulações fraudulentas que induziam ao erro.
Inicialmente, o pedido de prisão domiciliar foi negado em primeira instância, mas a defesa recorreu, argumentando que Ianka é mãe de quatro filhos menores de 12 anos, incluindo dois bebês, e que o marido também está detido, deixando as crianças em situação de vulnerabilidade. Esses fatores pesaram na decisão judicial.
O advogado Mathäus Agacci reforçou que os crimes atribuídos à influenciadora não envolveram violência ou ameaça, destacando que a prisão preventiva era desnecessária.
De acordo com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), mais de 60 pessoas já registraram denúncias alegando terem sido prejudicadas pelo esquema do “Jogo do Tigrinho”. O suposto golpe funcionava como uma “amostra grátis” manipulada para parecer vantajosa, incentivando os participantes a investirem mais, resultando em prejuízo para os apostadores e lucro para os envolvidos.
A Justiça também apontou risco de fuga internacional como justificativa para as prisões iniciais. No entanto, Ianka foi liberada sob medidas de segurança máxima, classificadas como nível 5 de sigilo.
A operação contra o casal resultou na apreensão de veículos de luxo, incluindo uma McLaren avaliada em R$ 4 milhões e um Cadillac. Apesar da liberação de Ianka, seu marido e a assessora continuam presos enquanto o caso avança.
O MPSC mantém aberto um canal de denúncias para que mais vítimas do esquema possam relatar suas experiências, buscando ampliar a investigação e responsabilizar os envolvidos.
Imagem: Redes Sociais / Reprodução