
Nesta sexta-feira (10/01), militares venezuelanos fecharam a fronteira com o Brasil, bloqueando o trecho final da BR-174, que conecta o estado de Roraima ao país vizinho. A medida coincide com o dia da posse de Nicolás Maduro para seu terceiro mandato presidencial, cuja reeleição em 2024 foi amplamente contestada pela comunidade internacional.
A decisão de fechar a fronteira foi realizada de forma unilateral e pacífica, segundo agentes que monitoram a situação. Apesar disso, pessoas continuam cruzando entre os dois países por rotas alternativas fora da rodovia federal. Imagens obtidas mostram barreiras, cones e viaturas militares venezuelanas bloqueando o acesso, além de uma viatura da Polícia Militar de Roraima acompanhando a situação.
Conflitos diplomáticos e contexto político
A reeleição de Maduro gerou tensões diplomáticas com o Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que havia sido considerado um aliado do regime venezuelano, não reconheceu o resultado do pleito. Esse posicionamento resultou em um distanciamento entre Brasília e Caracas.
Maduro, no poder desde 2013 após suceder Hugo Chávez, enfrenta acusações de fraude eleitoral, além de ser alvo de críticas por violações de direitos humanos e perseguição a opositores. A eleição que garantiu seu terceiro mandato foi marcada pela falta de transparência, com o regime se recusando a divulgar as atas de votação.
Na véspera da posse, a líder da oposição, María Corina Machado, foi detida brevemente, enquanto Edmundo González, adversário de Maduro nas últimas eleições, anunciou planos de retorno ao país em meio ao cenário de instabilidade política.
Impactos e medidas adicionais
O regime venezuelano também ordenou o fechamento da fronteira com a Colômbia, citando uma suposta “conspiração internacional para perturbar a paz”, conforme afirmou Freddy Bernal, governador do estado de Táchira. Segundo Bernal, o bloqueio permanecerá em vigor até a próxima segunda-feira (13/01), às 6h (horário de Brasília).
O governo brasileiro, por sua vez, busca adotar uma postura de mediação no conflito político venezuelano. Como parte dessa estratégia, enviou uma diplomata para participar da cerimônia de posse de Nicolás Maduro, apesar do ambiente de tensão e das acusações de fraude eleitoral.
A situação na fronteira gera incertezas para moradores e viajantes, enquanto o impasse político aprofunda os desafios nas relações entre Brasil e Venezuela.
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