
Na semana em que se celebra o Dia Mundial do Paciente Transplantado, o Brasil atingiu um feito inédito na área da saúde: ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 30 mil transplantes realizados em apenas um ano. Esse avanço representa uma importante conquista no sistema de transplantes do país. No entanto, apesar do progresso, a realidade ainda impõe desafios significativos, especialmente para o público infantil, que enfrenta longas e angustiantes esperas por um órgão compatível.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), atualmente 1.273 crianças estão na fila por um transplante no Brasil. Por trás desses números, existem histórias comoventes e cheias de esperança. Entre elas, está a de Ana Luiza, de 13 anos, que recebeu um novo coração transportado de forma inédita a partir do Tocantins; a pequena Pietra, de apenas 4 anos, que entrou para a história como a primeira criança no Brasil a receber um transplante completo de pulmão; e Gabriel, que, após quase três anos de espera e cinco tentativas frustradas, finalmente teve sua vida transformada com um novo coração.
Mesmo com esses exemplos de superação, o cenário ainda é marcado por obstáculos. Um dos principais é a elevada taxa de recusa familiar à doação de órgãos, que permanece em torno de 45%. Essa resistência tem consequências diretas: muitas crianças acabam perdendo a vida antes de conseguirem um doador compatível.
Por isso, especialistas reforçam que a conscientização da população sobre a importância da doação de órgãos é o maior desafio a ser enfrentado. Somente com o engajamento coletivo será possível reduzir as filas de espera e salvar mais vidas como as de Ana Luiza, Pietra e Gabriel.
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