
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta quinta-feira, 15 de maio, a presença do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial localizada no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Esta é a primeira vez que um foco da doença é identificado em uma instalação de produção comercial de aves no Brasil, marcando um ponto crítico na vigilância sanitária nacional.
A gripe aviária, embora preocupante para a saúde animal e a economia do setor, não oferece risco à saúde humana pelo consumo de carne de frango ou ovos, conforme enfatizou o Mapa. Os produtos avícolas inspecionados seguem seguros para o consumo, e o risco de transmissão da doença para humanos é considerado muito baixo, ocorrendo geralmente apenas em casos de contato direto e intenso com aves contaminadas, vivas ou mortas.
Diante da confirmação, o governo federal acionou imediatamente o Plano Nacional de Contingência, com o objetivo de conter e erradicar o foco identificado. A ação busca não apenas evitar a disseminação do vírus, mas também proteger a produtividade do setor avícola brasileiro e assegurar o abastecimento alimentar da população.
Além das ações de campo, o Mapa notificou oficialmente os órgãos de saúde e meio ambiente, a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e os parceiros comerciais do Brasil. O Serviço Veterinário Oficial, que vem se preparando desde os anos 2000 para esse tipo de situação, foi mobilizado com protocolos já testados e atualizados.
Nos últimos anos, o país adotou diversas medidas preventivas, como o monitoramento contínuo de aves silvestres, a vigilância ativa em propriedades comerciais e de subsistência, capacitação técnica de profissionais do setor e o controle rigoroso em pontos de entrada de animais e produtos de origem animal.
Graças a esse esforço, o Brasil conseguiu manter a avicultura comercial livre do vírus por quase duas décadas, mesmo com sua circulação global registrada desde 2006, principalmente na Ásia, África e norte da Europa.
Imagem: Reprodução