
Onze dias após o trágico acidente que resultou na morte de oito pessoas, Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, retomou nesta quarta-feira (2) as atividades de balonismo, uma das principais atrações turísticas da região. O retorno ocorre sob a sombra da tragédia, com novas medidas sendo adotadas na tentativa de reforçar a segurança dos voos.
A AVIBAQ (Associação de Voos de Instrução de Balão de Ar Quente) passou a emitir diariamente um boletim climático com alertas codificados por cores — verde, amarelo e vermelho — que indicam as condições de segurança para o voo. Além disso, passou a recomendar que cada balão tenha ao menos dois extintores de incêndio a bordo e que as equipes utilizem rádios intercomunicadores para melhorar a comunicação durante os voos.
Apesar das iniciativas, a Prefeitura de Praia Grande informou que não possui autoridade para fiscalizar diretamente a atividade, já que o balonismo ainda não é regulamentado por normas específicas no Brasil. Diante disso, o município solicitou apoio da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) para a criação de regras claras e mecanismos de controle. A própria ANAC, por sua vez, classifica o balonismo como uma prática de alto risco, cujo controle e responsabilidade recaem exclusivamente sobre as empresas operadoras.
A Polícia Civil segue investigando o caso, e o Ministério Público concedeu o prazo de 10 dias para que a empresa responsável preste esclarecimentos formais. Enquanto isso, cresce a pressão por regulamentação e fiscalização mais rigorosa de uma atividade que atrai turistas de todo o Brasil, mas que atualmente opera em um cenário de pouca supervisão legal.
Imagem: balonismonoscaniosbrasil / Reprodução