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O abuso de álcool é uma das principais causas de mortalidade no Brasil, com 12 óbitos registrados a cada hora, segundo a Fiocruz. Embora o consumo per capita de álcool tenha diminuído de 8,6 litros em 2010 para 7,7 litros em 2019, o índice brasileiro permanece acima da média nas Américas, conforme aponta o Centro de Informação sobre Saúde e Álcool (CISA).
O custo do consumo excessivo de álcool ao sistema público de saúde e ao setor produtivo é alarmante, somando quase R$ 19 bilhões ao ano, devido aos tratamentos e às perdas de produtividade. No Brasil, o tratamento para alcoolismo no SUS começa nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), com aproximadamente 3 mil unidades distribuídas pelo país.
O primeiro passo no Caps envolve uma triagem com profissionais de saúde, que ajudam a estruturar um plano de recuperação com oficinas, terapias em grupo e consultas com médicos, psicólogos e assistentes sociais. Muitas vezes, o tratamento inclui medicamentos como anticonvulsivantes, para reduzir o impulso pelo álcool, ansiolíticos, para lidar com a abstinência, e suplementos vitamínicos para auxiliar na recuperação física.
Para o psiquiatra Arthur Guerra, especialista em dependência química, o tratamento do alcoolismo é um desafio global. “Os medicamentos são importantes, mas não são a solução completa. A recuperação inclui também exercícios físicos, esportes, fé, meditação e, acima de tudo, a vontade de mudar de vida”, afirmou.