
Um homem suspeito de envolvimento direto no ataque cibernético que impactou o sistema de transações Pix no Brasil foi preso nesta quinta-feira (3), em São Paulo, pela Polícia Civil. A ofensiva digital teve como alvo uma empresa de tecnologia responsável por intermediar operações entre instituições financeiras de menor porte e o Banco Central.
Identificado como João Nazareno Roque, o suspeito tem 48 anos e é funcionário da empresa C&M Software, prestadora de serviços essenciais à infraestrutura do sistema financeiro nacional. Segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Roque teria sido peça-chave no esquema, fornecendo acesso interno a sistemas sigilosos da companhia, o que permitiu que os invasores executassem transferências eletrônicas irregulares em larga escala.
A ação criminosa provocou grande repercussão na quarta-feira (2), quando veio à tona que ao menos seis instituições financeiras haviam sido atingidas. O prejuízo estimado já ultrapassa centenas de milhões de reais, segundo dados preliminares apurados pelas autoridades.
A C&M Software opera como ponte tecnológica entre bancos e o Banco Central, especialmente na liquidação de pagamentos realizados por Pix. A empresa informou, por meio de nota, que colabora com as investigações e reforçou que o incidente não decorreu de falhas técnicas, mas sim do uso de engenharia social para a obtenção indevida de credenciais de acesso.
As apurações continuam em andamento com o apoio da Polícia Federal e de técnicos do Banco Central, que monitoram os desdobramentos e trabalham na recuperação dos valores desviados. A prisão do funcionário representa um avanço importante na elucidação do ataque, que escancarou os riscos da exposição de sistemas bancários a brechas humanas e digitais.
Imagem: Polícia Civil