
Inflação recorde no setor, com alta de até 85% em alguns tipos de café, e problemas climáticos explicam queda nas vendas, segundo dados da indústria.
O consumo de café no Brasil sofreu uma queda significativa de 15,9% em abril deste ano em comparação ao mesmo mês de 2024, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (22) pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). A principal razão apontada é o forte aumento nos preços do produto, que registrou a maior inflação em três décadas.
Entre abril de 2024 e abril de 2025, o café ficou, em média, 80% mais caro para o consumidor, conforme levantamento do IBGE. No acumulado do ano, de janeiro a abril, as vendas no varejo somaram 4,7 milhões de sacas de 60 kg — uma retração de 5,13% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A pesquisa da ABIC considera as vendas no varejo, que correspondem entre 73% e 78% do consumo interno. O café solúvel foi o tipo que mais subiu de preço, com alta de 85%. Outras categorias também sofreram aumentos expressivos:
- Café gourmet: +56%
- Tradicional ou extraforte: +50%
- Café especial: +42,3%
- Café superior: +29%
Fatores por trás do aumento de preços
A alta dos preços é reflexo de uma série de fatores que afetam tanto a produção quanto a distribuição do café no Brasil e no mundo.
Entre as principais causas estão:
- Estresse climático: Seca e calor excessivo, especialmente em 2023, prejudicaram o desenvolvimento dos frutos. A planta abortou a formação de grãos em resposta ao estresse hídrico. Nos últimos quatro anos, a indústria enfrentou alta de 224% no custo da matéria-prima, enquanto os preços ao consumidor dobraram.
- Redução da oferta global: Países como o Vietnã, um dos maiores produtores mundiais, também enfrentaram perdas nas safras devido a condições climáticas adversas.
- Custos logísticos elevados: Conflitos no Oriente Médio impactaram o transporte marítimo, elevando os custos de contêineres usados na exportação de café.
- Alta na demanda: O café é a segunda bebida mais consumida no mundo, atrás apenas da água. A expansão das exportações brasileiras para novos mercados contribuiu para a diminuição da oferta interna.
Apesar do consumo interno em queda, a demanda externa segue aquecida, o que pode continuar pressionando os preços nos próximos meses.
Foto: Reprodução/Internet
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