
Em meio a uma escalada de tensões comerciais entre as duas maiores potências econômicas do mundo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou um novo e duro recado à China nesta segunda-feira (7). Ele ameaçou impor uma nova rodada de tarifas de 50% sobre produtos chineses caso o governo de Pequim não reverta, até esta terça-feira (8), a decisão de aplicar uma tarifa de 34% sobre todas as importações vindas dos EUA — uma resposta direta ao pacote anterior de tarifas adotado pelo próprio governo Trump.
A ameaça foi publicada em tom veemente na rede social do presidente, a Truth Social:
“Se a China não retirar seu aumento de 34% acima de seus abusos comerciais de longo prazo até amanhã, 8 de abril, os Estados Unidos imporão tarifas adicionais à China de 50%, com efeito em 9 de abril”, escreveu Trump.
Ele ainda acrescentou que as negociações com a China serão encerradas imediatamente caso não haja recuo, afirmando que reuniões com outros países interessados em discutir tarifas começarão imediatamente.
Em publicações anteriores, Trump voltou a adotar uma retórica agressiva e nacionalista, incentivando firmeza diante da disputa comercial:
“Não seja fraco! Não seja estúpido! Não seja um PANICANO (referência a um suposto novo partido de pessoas fracas e estúpidas). Seja forte, corajoso e paciente, e a GRANDEZA será o resultado!”
No domingo (6), o presidente já havia sinalizado indiferença quanto ao impacto negativo da guerra comercial nos mercados financeiros, que viram trilhões de dólares evaporarem com a instabilidade.
“Eu não quero que nada caia. Mas, às vezes, é preciso tomar um remédio para consertar algo”, declarou, comparando as tarifas a uma medida amarga, porém necessária, para restaurar o equilíbrio comercial.
A nova investida de Trump surge em um momento de fragilidade diplomática e econômica entre os dois países, reacendendo temores de uma nova onda de guerra comercial com repercussões globais. A imposição dessas tarifas, caso confirmada, poderá afetar diretamente o fluxo internacional de produtos, gerar novas tensões nos mercados e pressionar acordos multilaterais já fragilizados.
Imagem: Chip Somodevilla/Getty Images