
A intensa onda de calor que atinge diversas regiões do país tem causado impactos significativos na produção de ovos, resultando em um aumento expressivo nos preços do produto. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a elevação dos valores já era prevista devido à sazonalidade do mercado durante a Quaresma, mas o cenário foi agravado pelas temperaturas elevadas, que afetaram diretamente a produtividade das granjas.
Com o calor excessivo, as aves sofrem com estresse térmico, condição que reduz a postura dos ovos e compromete a oferta. O manejo adequado da temperatura é essencial para a avicultura, mas a persistência das altas temperaturas tem desafiado produtores, que buscam alternativas para minimizar os impactos.
Além do fator climático, o setor enfrenta um aumento expressivo nos custos de produção. Nos últimos oito meses, o preço do milho – principal insumo da alimentação das aves – registrou uma alta de 30%. Somado a isso, os custos com embalagens tiveram um salto superior a 100%, pressionando ainda mais os preços repassados ao consumidor.
Apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor, a ABPA avalia que o mercado tende a se estabilizar após a Quaresma, período em que a demanda costuma retornar aos patamares habituais.
A entidade também destaca que as exportações de ovos exercem um impacto mínimo sobre a oferta interna. Atualmente, menos de 1% das 59 bilhões de unidades previstas para a produção nacional são destinadas ao mercado externo. Com esse volume, a expectativa é que o consumo per capita no Brasil alcance 272 unidades por ano, superando em mais de 40 unidades a média mundial de consumo.
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