
Uma operação da Polícia Civil cumpriu, nesta quinta-feira (30), um mandado de busca e apreensão contra um influenciador digital em Joinville (SC). Ele é suspeito de integrar um esquema fraudulento que usava igrejas e líderes religiosos para atrair vítimas, prometendo lucros irreais — chegando à absurda cifra de um octilhão de reais. A ação faz parte da terceira fase da Operação “Falso Profeta”, que em 2023 prendeu uma pastora em Jaraguá do Sul por envolvimento no esquema.
Os golpistas exploravam a fé dos fiéis, principalmente evangélicos, e utilizavam uma teoria conspiratória chamada “Nesara Gesara” para convencer as vítimas a investirem suas economias em supostas operações financeiras ou projetos humanitários fictícios. O discurso usado afirmava que os investidores eram “escolhidos por Deus” para receberem uma “bênção” financeira.
As falsas promessas incluíam retornos completamente irreais, como o pagamento de um octilhão de reais em troca de um depósito inicial de R$ 25 ou a conversão de R$ 2 mil em “350 bilhões de centilhões de euros”. O grupo usava redes sociais como YouTube, Telegram, Instagram e WhatsApp para divulgar as fraudes e atrair novas vítimas.
Os suspeitos atuavam de forma estruturada e hierarquizada, com divisão de funções entre os integrantes. Líderes religiosos, muitos se autoproclamando pastores, eram responsáveis por convencer os fiéis a aderirem ao investimento fraudulento. O grupo também criava instituições financeiras falsas, apresentadas como bancos digitais, para dar uma aparência de legitimidade às transações.
A ação desta quinta-feira (30) mobilizou cerca de 90 policiais civis de diferentes estados. Os suspeitos poderão responder por crimes como estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Em setembro de 2023, uma pastora foi detida em Jaraguá do Sul (SC) por envolvimento no esquema. Natural da Paraíba, ela foi localizada na casa da filha e tinha forte ligação com um dos líderes do grupo. Segundo a Polícia Civil, sua função era recrutar vítimas e coordenar grupos para ampliar a captação de recursos.
A Operação “Falso Profeta” continua em andamento, e novas fases podem ser deflagradas à medida que as investigações avançam.
Imagem: PCSC