
O governo federal decidiu reduzir em R$ 200 milhões o orçamento destinado à gestão e prevenção de desastres ambientais em 2025, mesmo após um ano marcado por tragédias climáticas no Brasil. O programa, que terá R$ 1,7 bilhão disponível, registrava R$ 1,9 bilhão em 2024, sinalizando um recuo nas verbas justamente no ano em que o país sediará a COP30, em Belém. Emendas parlamentares também sofreram cortes, caindo de R$ 69,9 milhões para R$ 39,1 milhões.
A decisão acontece em um contexto de crescentes desastres naturais, como secas, enchentes e queimadas, que resultaram em gastos emergenciais de até R$ 6,9 bilhões em 2024. Especialistas alertam que a redução compromete não apenas a resposta a eventos extremos, mas também a prevenção, essencial para evitar prejuízos maiores no futuro. O Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) aponta para uma falta de prioridade na agenda climática do país.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) atualizou sua lista de áreas de risco, destacando estados como Bahia, Espírito Santo e Pernambuco, mas os recursos para prevenção se mantêm escassos. Pernambuco foi o único estado a receber emendas parlamentares, somando R$ 400 mil para obras de contenção de encostas.
Apesar das reduções, o governo defende que investimentos significativos foram feitos na prevenção de desastres, com R$ 15,8 bilhões destinados à drenagem e R$ 1,7 bilhão à contenção de encostas. Os ministérios envolvidos reforçaram o compromisso com a prevenção climática, mas admitem que o volume de créditos extraordinários em 2025 dependerá das condições climáticas.
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