
A cabeleireira Débora Rodrigues, mais conhecida como “Débora do Batom”, voltou a ser destaque nesta quinta-feira (6) após deixar a prisão domiciliar sem autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Condenada a 14 anos de prisão pelos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro, ela é monitorada por tornozeleira eletrônica e cumpre pena em Paulínia (SP).
De acordo com relatório do Núcleo de Monitoramento de Pessoas (NMP) da Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo, Débora deixou a residência às 20h38 de segunda-feira (3) e retornou apenas às 3h07 da madrugada seguinte — uma violação do perímetro de monitoramento.
Segundo a defesa da cabeleireira, a saída foi motivada por fortes dores e sintomas de uma infecção urinária, que a levaram a buscar atendimento de urgência no Hospital Municipal de Paulínia. O documento enviado ao STF relata que, ao perceber a quebra do perímetro, os agentes do NMP contataram o marido e a irmã de Débora, que confirmaram o deslocamento emergencial ao hospital.
Durante o atendimento médico, foram realizados exames de sangue, urina e raio-X, confirmando o diagnóstico de infecção urinária. O sistema de monitoramento registrou que ela permaneceu na unidade entre 20h50 e 2h22, com uma breve parada posterior em uma farmácia antes de regressar à residência.
O relatório foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, que ainda não se pronunciou sobre o caso. Caso o episódio não seja considerado justificável, Débora poderá perder o benefício da prisão domiciliar e ser transferida para um presídio em regime fechado.
Conhecida nacionalmente após pichar a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça em frente ao STF, Débora foi condenada por tentativa de golpe de Estado, associação criminosa armada e dano ao patrimônio público. A nova infração pode agravar sua situação judicial e reacender o debate sobre a flexibilização de monitoramentos eletrônicos em casos de crimes contra o Estado.
Imagem: Gabriela Biló
