
Um levantamento da Universidade de São Paulo (USP) revelou um dado alarmante: mais de um terço das bebidas destiladas comercializadas no país é falsificado. O problema se agravou após a desativação, em 2016, do Sicobe – sistema oficial de controle da produção de bebidas –, decisão tomada ainda no governo Michel Temer. Desde então, a fiscalização passou a depender quase exclusivamente da autodeclaração feita pelas próprias empresas, fragilizando o controle sobre o setor.
A falta de monitoramento rigoroso contribui para que bebidas adulteradas cheguem ao consumidor, muitas vezes contaminadas com substâncias tóxicas, como o metanol, altamente prejudicial à saúde.
Diante do aumento de casos de intoxicação em São Paulo, o Ministério da Justiça reuniu, nesta segunda-feira (29), seu comitê técnico juntamente com autoridades de saúde para discutir estratégias de combate ao problema.
A situação já preocupa municípios: a Prefeitura de São Bernardo do Campo confirmou a terceira morte suspeita ligada ao consumo de bebidas contaminadas, enquanto outros dez casos seguem sob investigação pela Secretaria Estadual de Saúde.
A crise reacende o debate sobre a necessidade de reforçar os mecanismos de fiscalização e controle do mercado de bebidas alcoólicas, de modo a proteger a população contra riscos graves e até fatais.
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