
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (17) a abertura de um inquérito contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), três de seus filhos e outros 20 aliados políticos. A decisão tem como base o relatório final da CPI da Covid-19, que apontou indícios de crimes contra a administração pública, como fraudes em licitações, contratos superfaturados, desvio de verbas e uso de empresas de fachada.
Segundo Dino, o documento produzido pela comissão continha os elementos jurídicos necessários para justificar a abertura da investigação. A Polícia Federal terá 60 dias para aprofundar as apurações, prazo que pode ser prorrogado.
O inquérito envolve 24 pessoas, incluindo parlamentares em exercício, como Flávio Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, Ricardo Barros, Bia Kicis, Carla Zambelli e Osmar Terra, além de ex-ministros, empresários e influenciadores digitais.
A medida ocorre apenas dois dias após a Câmara dos Deputados aprovar a chamada PEC da Blindagem, que busca dificultar prisões e processos contra parlamentares.
A CPI da Covid, realizada entre 2021 e 2022, concluiu que houve omissões graves do governo federal, como o atraso na compra de vacinas, além de condutas que expuseram a população ao risco de infecção em massa. O relatório também pedia o indiciamento de Bolsonaro por crimes contra a humanidade em episódios como a crise de oxigênio em Manaus e as denúncias envolvendo a operadora Prevent Senior.
Imagem: Sophia Santos/STF