
A polĂŞmica “taxa das blusinhas” volta Ă pauta da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (28). O projeto de lei que propõe a isenção de impostos para compras internacionais de atĂ© US$ 50 será novamente discutido em audiĂŞncia pĂşblica, reacendendo o embate entre o estĂmulo ao comĂ©rcio eletrĂ´nico global e a proteção da indĂşstria nacional.
Desde agosto de 2024, compras de qualquer valor feitas em sites estrangeiros passaram a ser tributadas com alĂquota de 20%, alĂ©m do ICMS estadual. Já os pedidos acima de US$ 50 pagam 60% de imposto de importação, com desconto fixo de US$ 20, mais o ICMS. A medida, segundo o governo, buscou equilibrar a concorrĂŞncia com o varejo brasileiro — mas Ă© alvo de crĂticas por parte de consumidores e especialistas.
📊 Dados da Receita Federal apontam que, entre junho e julho de 2025, o paĂs registrou 27,8 milhões de remessas internacionais, somando mais de R$ 3,1 bilhões. Apesar do alto volume, a arrecadação mĂ©dia mensal do imposto Ă© de cerca de R$ 175 milhões, valor considerado “pouco expressivo” para o orçamento pĂşblico, segundo a advogada tributária Gabriela Rosa, da BMJ Consultores.
Para o advogado LuĂs Garcia, do Tax Group, a cobrança Ă© “regressiva e ineficiente”, penalizando consumidores de baixa renda. Ele sustenta que o verdadeiro objetivo da taxação foi reforçar o caixa do governo a curto prazo, sob o pretexto de proteger o comĂ©rcio nacional.
Enquanto isso, especialistas em direito tributário alertam que a isenção total tambĂ©m pode gerar desequilĂbrio competitivo, favorecendo produtos importados. A reforma tributária, que começa a ser testada em 2026, prevĂŞ mudanças no modelo de cobrança, transferindo parte da responsabilidade Ă s plataformas digitais.
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