
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) resgatou 174 animais silvestres mantidos em condições de extrema precariedade em um criadouro clandestino localizado em Xanxerê, no Oeste catarinense. A operação flagrou cenas de crueldade: filhotes separados de suas mães em dias de frio intenso, gaiolas sem água, alimento ou aquecimento, além de recintos minúsculos e sem qualquer estrutura adequada.
Entre os animais apreendidos estavam macacos-prego, saguis e papagaios-de-peito-roxo, espécie ameaçada de extinção. Todos foram encaminhados para os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), onde receberão tratamento veterinário e cuidados especializados até que possam, se possível, ser reabilitados para a vida em seu habitat natural.
O local já estava embargado desde 2011, mas continuou operando devido a decisões judiciais que permitiram a comercialização até 2024. Em 2024, o Superior Tribunal de Justiça restabeleceu o embargo, determinando a paralisação definitiva do criadouro. Mesmo assim, o responsável seguiu oferecendo os animais em redes sociais, chegando a vender macacos a influenciadores digitais por valores que chegavam a R$ 120 mil.
O Ibama reforça que a prática configura crime ambiental, passível de multas elevadas e sanções penais. Além disso, alerta que a compra ilegal de animais silvestres alimenta o tráfico e ameaça a biodiversidade brasileira.
Imagens: IBAMA