
Karim Kamada, de 51 anos, teve complicações graves após tratamento com caneta pressurizada de enzimas em Jaraguá do Sul; Vigilância Sanitária fechou o estabelecimento após denúncias.
Um procedimento estético simples acabou em pesadelo para a modelo Karim Kamada, de 51 anos, moradora de Jaraguá do Sul. Ela buscava reduzir celulite e gordura localizada nos glúteos e pernas, mas desenvolveu necrose e outras complicações graves após sessões realizadas com uma caneta pressurizada de enzimas.
Segundo a modelo, o tratamento foi adquirido por meio de anúncio na internet e prometia ser seguro. Logo nas primeiras sessões, surgiram dores intensas, vermelhidão, inflamação, febre e nódulos. Apesar de relatar os sintomas à profissional responsável, foi informada de que tudo era normal, atrasando a procura por atendimento médico.
Com a evolução do quadro, Karim desenvolveu um abscesso necrosado, precisou passar por duas cirurgias e segue em acompanhamento médico para monitorar as sequelas, enfrentando também os impactos psicológicos do caso.
A clínica foi denunciada à Vigilância Sanitária de Jaraguá do Sul. Na primeira fiscalização, no fim de julho, foram constatadas irregularidades, como a falta de alvará sanitário. Apesar da interdição, o estabelecimento continuou funcionando, motivando nova ação, desta vez com apoio da Polícia Militar, e aplicação de auto de infração. Um processo administrativo sanitário deve ser instaurado, podendo gerar multas e outras sanções.
Especialistas alertam para os riscos do procedimento. Mariana Sens, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia em Santa Catarina, explica que a caneta pressurizada aplica substâncias na pele sem agulhas, mas não permite controle preciso de dose, profundidade ou local de aplicação. O uso inadequado de enzimas, muitas vezes compostas por ácidos ou coquetéis manipulados, pode causar ulcerações e necrose.
O Conselho Federal de Medicina reforça que a intradermoterapia deve ser realizada apenas por médicos, com produtos regulamentados e em ambiente seguro. A prática por profissionais sem formação médica configura exercício ilegal da medicina e representa risco grave à saúde.
Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
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